Ministro e Hino Nacional: polêmica em poucos passos
Ministro, MEC e uma carta enviada por e-mail. Hino Nacional, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” para terminar uma frase de “novos tempos” e patriótica, um vídeo para ser enviado ao governo. Um ministro exótico (podemos assim dizer). Ingredientes excelentes para uma polêmica. E ela começou no dia 25.
Ao incentivar a leitura de: “Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”, a execução do Hino Nacional, a gravação disso tudo e enviar para o governo, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez joga mais lenha na fogueira. E muito mais pelo modo que colocou.
Por si só, incentivar a execução do Hino Nacional não é um ato a ser criticado. Até porque o hino é um dos principais elementos que identificam e fazem com que o povo que vive em um mesmo local se identifique como nação, ou seja, no nosso caso, como brasileiro. (A execução do Hino Nacional já é obrigatória desde 2009 nas escolas.)
A questão dos vídeos
Mas a trapalhada do ministro está em como foi feito tal pedido. Ao pedir vídeos e que enviem para o governo, não fica claro para qual objetivo é. Lembremos: o Estatuto da Criança e do Adolescente é bem claro em respeito ao direito de imagem quando envolve criança e adolescente. Ainda mais sem o consentimento do responsável. Quanto menos transparentes somos, em funções públicas, mais abrimos margem para questionamentos e teorias.
Outro ponto: qual é o objetivo de utilizar o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro?
O fato é que o ministro da Educação não explicou direito como funcionaria tal ato. E que as escolas não estão cumprindo essa orientação. E os graves problemas da nossa educação continuam latentes: estruturas das escolas inexistem, salários dos professores defasados, falta de material, falta de merenda. E por aí vai.
Polêmicas do ministro
O ministro se envolveu em uma série de polêmicas. Falou que a universidade era apenas para uma elite intelectual e não para todos, que o brasileiro é um canibal quando viaja (ele é colombiano), acusou jornalista de ser agente da KGB (serviço secreto da antiga União Soviética).
As duas primeiras aconteceram em entrevista a revista Veja. Pode ver a polêmica, clicando aqui
Sobre a questão atual, o ministro admitiu o erro, mas ainda insiste nos vídeos, um dos grandes problemas
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